quinta-feira

Falo do amor que não se divide, que não se troca mas que se dá inteiro. Este amor que é mais que bem querer e que não cabe no corpo, não pode ser traduzido nem se explica desenhando.
Chegou pequenina! Inundou-me a vida pintando-a de rosa leve, enchendo-a de sons que eu desconhecia.
Mirava-lhe os pequenos olhos castanhos, sempre atentos aos movimentos das minhas mãos que tentavam tocar-lhe. Apressava-lhe o sono. Queria que me visse, queria provocar-lhe a linguagem indecifrável e sorrir-lhe.
Por ela perdi medos e dúvidas. Por ela lutava com o mundo, se preciso fosse.
O meu outro amor chegou-me de dentro, batendo devagarinho e em silêncio. 
Senti-o pela primeira vez entre as duas margens do Tejo.
Veio ao mundo por entre batas verdes, lágrimas e emoções, e ao recebê-lo no colo rendi-me a um amor que acabava de chegar em tons de azul celeste.
– É lindo!
E como foi bom ouvir-lhe as primeiras palavras e assistir aos primeiros passos.
Todos os dias cresce um bocadinho. Ouço-o agora falar dos seus “pequenitos“ amores, desta fase de pré-adolescência, como ele mesmo a intitula.
Não queria que crescesse com tanta pressa mas o tempo não abranda e ele lá vai fazendo conquistas no mundo dos “grandes”.

São estes os amores que seguro nos braços! É este o amor que não divido e que lhes dedico sem qualquer condição.
E tudo isto a minha mãe deveria ter sentido por mim!

1 comentário:

Anónimo disse...

Sorriste-me e despertaste em mim o desejo de sorrir... Despertaste em mim o amor que não senti em mais lado nenhum. Por isto te digo que me salvaste tantas vezes...

Enviado por Senhora_d0_Lago